terça-feira, 28 de setembro de 2010

pingu


pingu tem 5 anos de idade e está numa fase de testar seus limites, brincar, por seus conhecimentos em xeque, ousar, ousar e ousar.
lembra o seu filho ou a sua filha? pois é, lembra o meu também, apesar dele ser bem mais novinho que o pingu.

vez ou outra assistimos com o tito pelo youtube e ele curte bastante (quando resolve se concentrar, obviamente).

o desenho é bem simples e tem sempre algumas lições de moral para as crianças pequenas, com gráficos simples e temas curtos (os episódios não são extensos).
uma das coisas que acho mais interessante é que a fala do desenho não é em nenhuma língua conhecida por nós; todos falam "penguinise".
claro, porque eles são pinguins...



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foto: arquivo pessoal

terça-feira, 21 de setembro de 2010

sobre fraldas de pano e o meio-ambiente

lembra daquela cena que você pinta na sua cabeça quando alguém fala "fralda de pano" (uma fralda quadrada toda branca dobrada em forma de triângulo e presa com alfinetes em volta do bebê)? ok, esqueça isso. hoje em dia já é possível usar fraldas de pano com material resistente, com design bacana e com mais segurança e conforto para o bebê.

há quem precise recorrer às fraldas de pano porquê seu bebê tem alergia às descartáveis; há quem as prefira por conta da proteção ao meio-ambiente, já que fralda descartável agride demais nosso ecosistema; há quem simplesmente não pode ou não concorda em pagar uma grana alta nas fraldas descartáveis...

o fato é que, mais do que nunca, podemos contar com soluções bem práticas, baratas, com qualidade e bonitas para deixar os filhos apenas com fraldas de pano.
nós optamos por esse caminho por conta da preocupação com o meio-ambiente, mas depois ficamos também bem contentes com a economia que ele nos trouxe!

estima-se que são necessárias mais de 5.000 fraldas descartáveis para um bebê, do momento em que ele nasce até a hora de "desfraldar".
muita coisa, não?
imagine a pilha de material não-reciclável que você despeja no meio-ambiente SÓ com fralda descartável! e o pior, esse tipo de material leva quase 500 anos para se decompor!

com as modernas fraldas de pano, você só precisa de algumas poucas dezenas para conseguir dar conta do recado com seu filho ou filha e pronto.
praticidade, conforto e pensamento ecológico.
há quem diga que a conta não é tão simples assim, pois as fraldas de pano tem de ser lavadas e o consumo elevado de água não é lá tão ambientalmente correto assim.
mas o fato é que para se produzir uma fralda descartável (imagine uma fábrica trabalhando em alta escala) também se usa água, seja diretamente, no processo de fabricação, ou indiretamente, por meio da energia elétrica absurda que uma fábrica consome.
(para ver mais sobre essas contas, clique aqui)

no brasil há alguns fabricantes de fraldas de pano (ou "fraldas ecologicamente corretas"), mas, particularmente, não gostei das que vi, seja por causa dos cortes do produto, que dão o "encaixe" no corpo do bebê, seja pelo material ou simplesmente pela aparência.
(mas há alguns modelos nacionais bem interessantes fabricados pela baby slings)

a nanã começou a pesquisar no amazon.com fraldas de pano gringas e achou umas bem legais.
as que mais gostamos foram as da bumGenius, que tem um design bem legal e cores muito bonitas.
conseguimos importá-las pra cá por um preço bem em conta e estamos muito satisfeitos até hoje, com o tito com quase um ano de idade.

o modelo que escolhemos é feito de um material impermeável por fora e que leva na parte interna refis feitos de microfibra de bambu, e tudo pode ser lavado na água quente ou fria e seca bem rápido.

em algumas raras ocasiões recorremos às fraldas descartáveis sim (como numa longa viagem, onde não vai dar pra ficar lavando as fraldas de pano), mas na enorme maioria das vezes o titão tá com as fraldas de pano, na alegria e na tristeza, e tem sido super tranquilo assim.

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vale a pena conferir: planeta sustentável



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imagem: http://opopulo.blogspot.com/2008/03/fraldas-de-papel.html
foto: arquivo pessoal, tito com 11 meses

terça-feira, 7 de setembro de 2010

baita respeito às mães solteiras

eu pedi demissão e fiquei alguns dias em casa com a nanã e o titão, curtindo a rotina de casa e esperando o momento da mudança de cidade chegar.
enquanto isso, a gente combinou dela "tirar uns dias de folga" enquanto eu ficaria com as principais tarefas de cuidado com o nosso pequeno: trocar fraldas, dar banho, escolher as roupas, passear, brincar, por pra dormir, levar ao sol, dar de comer, e tudo de novo partindo do começo várias vezes ao dia...

lá estava eu com o tito por horas a fio por vários dias seguidos, enquanto a nanã cuidava da casa, colocava seus assuntos pessoais em dia, arrumava as nossas papeladas e vez ou outra (principalmente nos momentos de desespero) me ajudava.

em três ocasiões do dia ela sempre me dava uma mão:
1. hora de fazer a comida dele;
2. hora de dar banho;
3. quando eu precisava resolver alguma coisa ou ir ao banheiro.

nesses dias eu dei parabéns a minha esposa várias vezes e constatei "você trabalha mais que eu".
pedi desculpas pelas vezes em que eu insinuei que ela ficava em casa o dia todo enquanto eu estava fora trabalhando, que ela poderia aproveitar melhor o tempo para fazer outras coisas, que cuidar de um filho não era assim tão complicado.
senti vergonha, conversamos, me senti um babaca por não tê-la ouvido antes quando ela dizia estar muito cansada e até esgotada emocionalmente.

e isso porque eu estava há poucos dias nessa rotina e com ela em casa pra me ajudar a qualquer momento!

depois disso fiquei pensando em como deve ser difícil para uma mãe cuidar de seu(s) filho(s) sem ter nenhuma pessoa 24 horas por dia para ajudar, seja para ela ir ao banheiro, ir tomar um banho, deitar um pouco quando está com dor nas costas, ou simplesmente ter uma pausa para tomar uma água em paz.
complicado.

tá certo que há bebês e bebês e alguns deles são bem tranquilos e quase não dão trabalho, mas há os que são muito intensos, choram demais, demandam atenção extra, dormem pouco, se irritam muito e os cuidados tem que se redobrar.
nos casos de bebês assim, mais difíceis, as mães solteiras que cuidam sozinhas dos filhos merecem mais respeito, pois a tarefa não é nada mole.

a mãe solteira que cuida dos filhos muitas vezes não pode se dar ao luxo de tomar um banho relaxante e um pouco mais demorado, pois sabe que tem que correr para olhar o bebê, estar a postos caso ela precise agir, amamentar, etc.
e o pior é que na nossa sociedade as pessoas tendem a olhar com ares de reprovação para a mãe solteira, rola aquele lance de "família não pode se desfazer", "se engravidou tem que casar" e outras tolices que sabemos que existem por aí.

portanto, mais do que nunca eu falo: tenho um baita respeito às mães solteiras.

(se você é uma delas e tem que se virar sozinha, parabéns, sei que não deve ser fácil)

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imagem: http://shopbyog.blogspot.com/

terça-feira, 31 de agosto de 2010

a aula de natação e a inevitável projeção


na última sexta-feira peguei folga do trabalho para acompanhar o tito em sua primeira aulinha de natação.
adorei ver a sua ansiedade para entrar logo na água, interagir com os outros bebês, brincar.
fora da piscina, esperando a hora para entrar, o pequeno mal se aguentava, olhava atentamente para a piscina, apontava, me olhava, olhava para a mãe, para a água novamente, se agitava...

foi uma delícia e foi inevitável não pensar "será tão legal se ele quiser ser nadador".
no mesmo instante sumi com esse pensamento da cabeça e foquei em apenas curtir o momento com ele.
ali, naquela hora, naquele ambiente acolhedor, e nada mais - sem sonhos para o futuro, sem "o que será que ele vai querer fazer quando crescer?", sem expectativas.

definitivamente não quero ser um pai que tenta fazer com que o filho realize os seus sonhos fracassados ou nunca tentados de outrora.

durante muito tempo fui nadador amador e eu amava isso.
durante algum tempo eu fui escalador (quase) amador e eu adorava isso.
durante sei-lá-quanto-tempo eu me esforcei para ser malabarista e hoje estou bem resolvido em assumir que é apenas um hobby e disso não passará.
e a lista segue.
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a nanã e eu combinamos que não queremos cultivar em nosso filho o sentimento de disputa, de competição, mas eu sempre lhe perguntava "e se ele resolve virar nadador e quiser competir? não vamos incentivar isso?".
era a minha vontade em ser mais alto e mais talentoso na natação sendo projetada ao meu filho e falando por mim.
a nanã adora dança e nos primeiros meses de vida dele dizia que seria o máximo se o tito se tornasse bailarino.
era a vontade dela em ter um filho artista falando mais alto.

o fato é que, no fundo, sabemos que ele será o melhor que ele puder ser naquilo que escolher fazer, e nós não devemos interferir em suas escolhas.
torceremos feitos tietes malucas por ele, seja em qual campo de atuação for, desde que seja para o bem.
e que saibamos conter nossos sonhos não realizados e nossas expectativas quanto ao seu futuro para nós mesmos, a ponto de deixá-lo livre para seguir seu caminho, feliz e confiante.

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meu filho, que você mantenha o brilho lindo que eu vi em seus olhos na sua primeira aula de natação para tudo aquilo a que se dedicar.
eu vou te apoiar e torcer muito para que você trilhe um bom caminho, seja ele qual for.
tenho certeza de que você se sairá muito bem.
eu te amo demais.

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imagem: arquivo pessoal

terça-feira, 10 de agosto de 2010

mais carinho = menos estresse


no último 26 de julho o jounal of epidemiology and community health (jornal de epidemiologia e saúde comunitária) publicou um estudo que mostra que dar bastante carinho e afeto ao bebê nos primeiros meses de vida os ajuda a serem adultos mais equilibrados emocionalmente.

o estudo, intitulado "mother's affection at 8 months predicts emotional distress in adulthood" (algo como "afetividade materna até os 8 meses dita o sofrimento emocional na vida adulta") durou vários anos e contou com a participação de 482 pessoas (homens e mulheres) da cidade de rhode island, nos estados unidos.

já acreditava-se na forte relação entre o afeto materno nos primeiros dias e meses de vida do bebê com uma vida adulta mais equilibrada e tranquila do ponto de vista emocional, mas até então os estudos feitos baseavam-se unicamente em lembranças obtidas pelos entrevistados já na fase adulta.

o novo estudo teve início na década de 1960, época em que a interação entre bebês com até 8 meses e suas mães foi analisada por psicólogos e classificadas numa "escala de afetividade".

por meio de testes, vários dados a respeito da afetividade entre esses adultos quando bebês e suas mães foram comparados, sendo então relacionados ao seu controle emocional na vida adulta.

nos casos em que o "grau" de afetividade foi "baixo" ou "normal" não foi observada muita variação entre os  níveis de ansiedade, hostilidade e controle emocional dos adultos. no entanto, quando a afetividade entre mãe e bebê foi considerada "elevada", os adultos mostraram desempenho muito melhor a respeito desses indicadores.

diz o estudo: "elevados níveis de afeto das mães para com seus bebês de até 8 meses são associados a menores sintomas de problemas emocionais em seus filhos 30 anos mais tarde, quando comparados a filhos de mães que demonstraram índices baixos ou normais de carinho e afeto".

"as descobertas apresentadas apóiam fortemente a afirmação de que até mesmo as experiências dos primeiros momentos de vida de um bebê podem influenciar na sua saúde adulta e enfatizam a importância de se ter um relacionamento altamente afetivo (com o bebê)".

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imagem: arquivo pessoal

terça-feira, 3 de agosto de 2010

não bata, eduque


oi, pessoal.


resolvi compartilhar a importância de um site super coeso e sério sobre um assunto grave e muitas vezes esquecido: a violência infantil (seja física ou moral), que viola os direitos da criança.
segue um trecho interessante escrito lá:

"embora para o senso comum, a “pedagogia da palmada” seja simplesmente um instrumento corretivo (ou preventivo), ela encerra um problema muito maior que é a banalização do uso da violência como meio de solucionar conflitos. além disso, ensina a criança que a violência é uma maneira plausível e aceitável de se solucionar conflitos e diferenças, principalmente quando você está em uma posição de vantagem física frente ao outro."

vale a pena conferir.
ao usarmos da nossa força ou da nossa "hierarquia" por meio de palavras e atitudes ríspidas, ensinamos à criança que "vence o mais forte", e isso não é um exemplo lá muito bom a se dar. é por atitudes assim que temos adultos tão violentos hoje, pois desde pequenos seus pais e mães mostraram que quem fala mais alto ou bate mais forte ganha. isso tem que mudar!


acredita-se que as crianças que sofrem violência, seja ela psicológica ou física, tendem a se tornar adultos retraídos, introspectivos, com problemas de relacionamento e baixa auto-estima.


é possível educar com ternura. obediência que vem com respeito é imensamente melhor e mais duradoura que obediência conquistada na força, no grito.


não bata, eduque!
visite o site

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imagem: logo do website não bata, eduque.

terça-feira, 6 de julho de 2010

rosa é apenas uma cor

há dois finais de semana a nanã e eu fomos à repeteco (um brechó super arrumado com roupas, brinquedos e acessórios infantis em excelente estado, por um preço bem justo) comprar roupas para o tito. na saída, a nanã passou na sessão de roupas novas (por favor, não lembre da banda) e viu uma camiseta rosa muito bacana do tamanho do tito e perguntou se podia levar.

eu estava ao lado do caixa e respondi que tudo bem levar.
"mas é rosa", ela disse.
"e...? leva aí, vai ficar mó bacana nele, rosa é só uma cor".

as duas moças do caixa me olharam e disseram que nunca viram isso na loja, que os pais são sempre preconceituosos com esse lance de cor, etc etc.

a camisa foi pra casa conosco e o titão já usou-a.
afinal, é apenas uma cor.
(e ficou bem legal, vai)

abraço.

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imagem: arquivo pessoal

terça-feira, 29 de junho de 2010

o recomeçar

começar de novo, sacudir a poeira, reerguer-se, voltar ao início, ressurgir das cinzas.
recomeçar não é simples e, muitas vezes, não é fácil.


há algumas semanas atrás o ritmo de sono do tito piorou e fazer ele dormir passou a ser um verdadeiro desafio diário (e com proporções muito maiores para a nanã que para mim, assumo). a rotina de "acalmar" a casa ao anoitecer, colocá-lo no sling, por as duas músicas do beirut que ele curte e balançar em passos ritmados e constantes não estava mais funcionando bem para fazê-lo dormir e engatar no sono da noite. além de ter começado a demorar pra ele dormir desse jeito (nosso palpite é que ele "sacou" que a gente estava pondo-o para dormir e aí ele protestava a fortes pulmões), o tito passou a acordar mais vezes ao longo da madrugada e só acalmava se mamasse no peito ou se eu o colocasse no sling e ficasse um bom tempo balançando.
não dava mais, mudamos.


paramos com a cama compartilhada, montamos o berço dele em nosso quarto e combinamos de fazer uma transição do nosso quarto para o quarto dele de forma gradual.
a estadia dele com o berço em nosso quarto durou pouco, porque ele estava muito agitado e acordar várias vezes, tirá-lo do berço e colocá-lo de novo também estava nos matando.
não dava mais, mudamos.


põe o berço e o tito (necessariamente nessa ordem) no quarto dele e vamos torcer para dar certo.
nas primeiras noites deu certo, mas depois ele voltou a se agitar e a acordar demais no sono noturno e deixara agora não só a nanã e a mim insones, mas também a minha irmã, que felizmente fica conosco ao longo da semana e, quando está por aqui, dorme no quarto do pequeno.
mudamos novamente.


como ainda não queremos cobrar dele a maturidade para que durma sozinho e se acalme e se conforte por conta própria, ele voltou ao nosso quarto e assim reavivamos a cama compartilhada, agora com uma rotina um pouco diferente da de antes: sem música, sem sling, quem faz ele dormir de noite é apenas a nanã e com ele mamando. depois vão os dois para a cama e dormem.
se ele dá uma acordadinha de leve de madrugada, nanã dá de mamar e ele volta a dormir, caso contrário, eu pego-o no colo e fico até que ele durma.
por enquanto tem funcionado bem, mas já estamos ok com a idéia de que isso pode mudar em breve (ou não), dependendo do sono dele.


e assim a gente segue, buscando no recomeço um lugar mais confortável que o comodismo.




p.s.: deixá-lo chorando em seu quarto, no berço, sem dar assistência por algumas noites até que ele "aprenda" a dormir sozinho é sim uma opção. mas a gente sempre a descarta.


p.s. 2: eu to de volta.


imagem: windows restart icon (criado por http://www.deleket.com/)

terça-feira, 23 de março de 2010

banho de balde



em 1996, na holanda, criaram o tummytub, ou o "balde" que você vê aí na foto.
a idéia é bem simples, mas muito eficaz: tornar o banho do bebê o mais próximo possível do ambiente com o qual ele estava acostumado por meses, durante o período de gestação (calor constante da mãe, água, espaço restrito e aconchegante, posição fetal).

para o banho ser bacana e relaxante assim não é preciso de fato ter o próprio tummytub; um balde convencional, porém com a abertura um pouco mais larga e estrutura resistente, serve bem ao propósito e deixa o bebê tão calmo e feliz quanto.

desde seu segundo dia de vida o tito toma banho de balde e adora.
ele até já chegou a dormir no banho, de tão relaxado que ficou!
se não for no balde, damos banho com ele no chuveiro, em pé (banho dois em um mesmo).

há mais ou menos um mês atrás o tito tentou por várias vezes fazer força para ficar em pé no meio do banho e isso começou a nos preocupar, porque a coisa parecia que iria se tornar arriscada (perigo do balde virar, dele bater a cabeça na borda por conta dos movimentos de tentativas doidas de pulo, etc).

em todas as vezes que isso aconteceu a gente pegava os pés dele e puxava numa boa pra cima de novo, fazendo com que ele ficasse com o bumbum na base, costas bem apoiadas, pernas pra cima.
funcionou.
parece que ele sacou que o banho sentadinho continua sendo legal e aconchegante e ele tem deixado as tentativas de pulo para quando está em terra firme  ou, no caso dele, em colchão firme.


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foto: arquivo pessoal

terça-feira, 16 de março de 2010

quando me pego cantando

o tito presta bastante atenção em vozes masculinas.
talvez pelo tom grave ser tão diferente do da mãe, normalmente suave e constante.
quando tem uma roda de pessoas conversando, normalmente ele pára de brincar e fica com o olhar atento a todos os sons, todas as vozes; mas isso acontece especialmente com vozes masculinas.
não sei se acontece com outros bebês, mas é algo que estamos curtindo descobrir junto dele, observar, rir.

hoje pela manhã estava preparando o café com a nanã, tito na cadeirinha, e eu começo a cantar uma música do karnak, que tem o tom bem baixo, bem grave.
depois de um tempo olho para o lado e vejo ele me encarando com as sombrancelhas levantadas, a boca aberta e um olhar de "o que é isso que o papai tá fazendo?".
muito lindo.

eu parava de cantar e ele voltava a brincar, a se interessar pelas próprias mãos, pés, etc.
voltava a cantar e a mesma cara de atenção e surpresa voltava ao seu rostinho.
eu sorri.

será que isso acontece apenas pela diferença da voz mais aguda que ele ouve o dia todo, desde a gravidez?
será que instintivamente ele sabe que a sua voz ficará mais grave no futuro?
será que eu to viajando?

abraço.
até semana que vem!

quarta-feira, 10 de março de 2010

a tal da cama compartilhada


para alguns, é tabu; para outros, a salvação.
desde que nos tornamos pais, ouvimos amores e dissabores em relação a cama compartilhada com os filhos e por isso resolvi perguntar mais e mais para quem tem filho o que acham a respeito, se concordam, se já tentaram, quais foram suas experiências etc e tal.

no geral, o grande medo encontrado nas pessoas é do filho se tornar dependente e manhoso demais por dormir na mesma cama que os pais.
outros defendem bastante a idéia de compartilhar a cama por várias razões: praticidade para a mãe amamentar; mais tranquilidade para os pais, já que o bebê está ali ao lado; sono mais prolongado do bebê, por estar cercado pelo cheiro da mãe, com fácil acesso ao peito para mamar quando quiser, calor humano, e a lista segue...

a gente tentou por uma semana deixar o tito no berço em nosso próprio quarto.
nada feito.
ele acordava a cada hora, se mexia muito, resmungava, a nanã tinha que se levantar a todo instante pra ver se era fome ou alguma outra coisa.
não demorou para a gente deixá-lo dormir conosco na cama, mas aí surgiram alguns pequenos problemas: ele não podia ficar em nenhum canto da cama para não correr o risco de bater com a cara na parede ou cair no chão, se ficasse do outro lado. ok, deixa o menino no meio. mas aí a nanã passou a dormir pior ainda, pois eu me mexo muito e ela passava as noites com um olho aberto e outro fechado pra garantir que eu não rolasse sobre o tito.
(aliás, num dia eu tava de costas para ele e comecei a me virar para ficar de barriga pra cima, quando senti uma mão impedindo meu movimento, segurando minhas costas. ela, com seus poderes de jedi, abriu os olhos naquele exato instante e garantiu que eu não virasse pra cima do tito. ufa).

legal, o jeito é ter uma cama king size.
tá, não vai rolar...
a gente desistiu de ter cama, colocou nosso colchão de casal no chão, acoplou um colchão de solteiro ao lado e bingo, nossa king size estava improvisada ao nosso jeito e o tito teria todo espaço do colchão de solteiro para dormir, com a nanã logo ao lado, já em nosso colchão de casal.
o resultado foi ótimo!
noites melhores e mais prolongadas, bebê dormindo mais tranquilo e mamando as vezes sem acordar (!), esposa um pouco mais disposta ao acordar (pois não teve que se levantar da cama várias vezes na noite), pai com mais espaço para se virar, e se virar, e se virar e... bom, vocês entenderam.

por enquanto, estamos contentes com a escolha e certos de que fizemos o melhor, tanto para ele como para nós.
sobre o medo da criança se tornar dependente e manhosa demais citado no início do post, bem, nós não acreditamos nisso.
acreditamos que quanto mais carinho e afeto os pais darem nos primeiros meses de vida dos filhos, menos carentes e manhosos eles serão no futuro, pois tem a certeza de que são amados, queridos e de que seus pais tem muito afeto e carinho para dar quando eles precisarem, sem que nenhuma barra precise ser forçada.

e você, o que acha?
diz aí a sua visão ou experiência sobre o assunto.

terça-feira, 2 de março de 2010

o copo vazio e o copo cheio da nossa mídia


há um fenômeno engraçado aqui no brasil relacionado a mídia. via de regra, se passou na tv ou algum famoso fez, é porque é legal, é bacana, e é verídico. isso acontece com vários assuntos e temas e, pelo o que tudo indica, assim continuará.

até alguns meses atrás minha esposa e eu éramos malucos, bichos-grilo, e até irresponsáveis (!?) porque escolhemos fazer um parto em casa, natural. eis que minha amiga modelo gisele (sim, a büdchen) resolve ter um parto natural domiciliar e na água e do nada a coisa vira cool, interessante.

não é engraçado? depois que a matéria sobre o parto dela passou no fantástico ninguém mais me falou que a gente era doido por querer um parto em casa. as reações passaram para "ah! que legal! igual ao da gisele, né?".
(na verdade não, ela é que teve um parto igual ao nosso!)
mas não quero discorrer sobre isso. quero apenas lamentar por nós ainda sermos tão influenciados pela mídia, seja para coisas boas ou para coisas ruins, e também comemorar pelo espaço crescente (graças a alguns famosos, principalmente) que temas como aleitamento exclusivo por seis meses e partos naturais e humanizados (domiciliares ou não) estão tendo em nossos meios de comunicação de massa e a repercussão que esses temas vem ganhando.

vendo o copo meio vazio, porém, as matérias e reportagens que vi até então não são de todo assim tão boas.
na própria matéria sobre o parto da modelo que passou no fantástico fala-se muito mais sobre o fato de o bebê ter nascido na banheira que sobre o parto ter sido em casa, ter sido natural, acompanhado por uma parteira! a matéria passou longe de comparar os riscos (tanto para mãe como para o bebê) que as intervenções médicas de rotina em hospitais oferecem com os eventuais riscos (que são menores) de um parto humanizado, natural e domiciliar.

depois, creio que na semana seguinte, teve matéria especial no programa da silvia popovic, que mostrou claramente uma apresentadora despreparada e que não sabia quase nada sobre o tema: partos naturais.
no mesmo programa tivemos a médica obstetra humanizada betina bittar aproveitando muito pouco a chance que teve de falar mais sobre o assunto que ela domina e, pra piorar, um médico defensor de partos exclusivamente em hospitais distorcendo alguns fatos e mostrando-se um tanto quanto preconceituoso com as parteiras ao dizer que a parteira que apareceu numa reportagem especial provavelmente não tinha formação médica ou preparação "formal" para exercer suas funções.
pra desgosto dele, a senhora parteira em questão não só é graduada como também tem mestrado, doutorado e pós-doutorado sobre o assunto!

vendo o copo meio cheio, há uma onda de conscientização que cresce aos poucos, inclusive acerca de temas relacionados a saúde, que me leva a crer que as pessoas passarão a se questionar mais e buscarão mais informações coerentes e embasadas em dados científicos antes de tomar uma decisão tão importante como o tipo de um parto.

para quem está para parir ou pensa em ter mais filhos, vale a pena conferir a boa matéria feita pela pais&filhos, que mostra que "mais de 70% das brasileiras querem fazer parto normal, mas só 10% conseguem", sendo as cesarianas desnecessárias o maior agravante para esse cenário.

até semana que vem.

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imagem: www.zazzle.com.br

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Matriarcado x Patriarcado


por: João Ricardo Keunecke


É de uma tradição afirmar uma idéia argumentando com a ajuda  de parábolas ou metáforas, então, mais abaixo, segue  uma lenda que recolhi em um livro ( não consigo me lembrar qual ), para apoiar o meu ponto de vista..
Penso que nós homens aprendemos a maturidade (entenda-se por participar de maneira rica, altruísta e responsável em nossa sociedade) passando de fase em fase; há a infância onde nos educamos física e mentalmente para as leis morais e éticas, uma baita diversão pois podemos transgredir à vontade; há a juventude onde experimentamos nossa capacidade de assimilação e resposta ao aprendido na infância  (e é bonito como fazemos ajustes nesta fase, não? São algumas mulheres, viagens, ideologias,  amigos e profissões) e então vem o “grande enfrentamento consigo” que é a construção de uma  nova célula social, “ a família”. Acredito que não há  nada mais eficiente como crescimento e inserção social para um individuo, aí temos que viver com o outro sexo  e aprender essas demandas opostas e complementares às nossas. Não é fácil não, é tarefa para poucos que queiram fazer em alto nível, mas bem conduzido o encontro é de uma alegria sem igual. 

A Lenda


Conta uma lenda indígena antiga que a tribo era comandada pelas mulheres. Estas se reuniam em uma grande oca que foi construída pelos homens e lá vivenciavam os mistérios (para os homens) da menstruação, gestação e parto. Os homens abasteciam essa grande oca com tudo que era pedido, mantinham respeitosa distancia da grande oca e ficavam admirados quando de tempos em tempos iam aparecendo de dentro da oca novos indiozinhos; era um poder e tanto destas mágicas mulheres. Certo dia um homem mais curioso rompeu o medo, superou a sacralidade que a grande oca inspirava  e, aproximando-se,  pôde observar o que se passava no interior desse lugar sagrado do matriarcado. Viu então as zombarias e as brincadeiras entre as mulheres com a ignorância dos homens sobre a natureza da fecundação e do nascimento dos indivíduos. Quando, este mais corajoso,  levou a informação do que vira aos outros homens não tardou que uma grande raiva se formasse e, tomados por esse furor, invadiram a grande oca e massacraram todas as mulheres. Demorou um bom tempo para que as crianças meninas poupadas crescessem e se restabelecesse uma nova ordem na tribo, uma ordem patriarcal.

Com essa alegoria podemos resumir um pouco as origens do que foi a  real  passagem histórica do poder do matriarcado para o patriarcado que experimentamos já há alguns séculos, patriarcado esse que instalado foi anulando as mulheres, negando direitos, submetendo e até queimando vivas as que ousassem insistir contra.

Atualmente está em curso uma  mudança,  as mulheres vão conseguindo mostrar a necessidade de uma igualdade entre o masculino e o feminino. Alguns homens não aceitam e pretendem a velha tradição de submissão do feminino, e em cada lugar do mundo esta submissão é mais ou menos terrível.  Já outros homens   querem experimentar essa igualdade e se livram de velhas tradições construindo uma equiparação, tudo muito lento como qualquer ato da humanidade.

Meu ponto de vista pessoal consta de duas   experiências: no primeiro casamento tive dois filhos e vivia uma tradição onde eu trabalhava bastante como diretor comercial  e, como bom provedor, pagava boa escola, babás e tudo que a família precisasse. Tinha poder, mas não tinha a sensação de satisfação real e direta, sempre era indireto, sempre era a mãe que tinha essa intimidade com os membros da família.
Agora neste segundo casamento (quase dois filhos: o segundo estará chegando dentro de 3 meses) busco uma nova forma e me aproximo dos afazeres domésticos com mais intimidade e humildade, fico feliz em  ver minha pequena (Sofia, 3 anos) crescer e brincar, sei que participei pois todos os dias acordo primeiro que minha esposa e preparo além da minha refeição a da pequena (suco e mingau), faço companhia enquanto ela come e aí sim começamos as brincadeiras e depois a escola.

Sei que é real, pois estou ali perto. Claro que depois vou sair para a uma vida social/profissional que também é rica, intensa e motivadora. Então, hoje em dia não tenho tensão em realizar afazeres domésticos e os acrescento ao meu trabalho profissional para a sociedade; não questiono mais,  simplesmente me responsabilizo pela minha felicidade fazendo a minha parte, a parte da mulher é um problema dela, mas aí é outra história.


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João Ricardo Keunecke


Psicoterapeuta Junguiano ( Psicologia Profunda)
51 anos, Pai de Mauricio 21, Marina 18, Sofia 3 e com minha esposa grávidos do Marcos Victor ( esperado para maio 2010) 

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

escolhas conscientes nem sempre são fáceis


para uma mulher decidir qual tipo de parto ela vai preferir não é uma decisão simples, é algo muitas vezes assustador, rompedor de paradigmas familiares, que pode testar seus limites, suas crenças.
se algo não sair como ela havia sonhado, tudo pode desabar.
infelizmente é assim.

é infinitamente pior ver uma mulher que queria um parto humanizado e no fim teve que passar por uma cesárea que ver uma outra que escolheu a cirurgia por algum motivo qualquer, inclusive com data marcada.
é comum que a segunda, a que agendou a cesariana, não faça a menor idéia dos inúmeros benefícios que o bebê tem com o parto natural, nem das atrocidades médicas que fazem hospitais a fora em procedimentos-padrão, como na cirurgia que ela escolheu para trazer seu bebê ao mundo.
a ignorância é uma benção, dizem.
enquanto ela sai da maternidade feliz, a primeira, que queria um parto vaginal e teve que fazer a cirurgia, sai com uma cicatriz que ela não escolheu.

depois que o filho nasce, as escolhas e as não-escolhas continuam.
ao invés de se questionar "por que dar chupeta?" e ir pesquisar a respeito, é mais fácil e prático simplesmente dá-la ao bebê, já que a maioria faz isso.
quem não dá a chupeta provavelmente se sacode pra fazer o bebê se acalmar de outras formas, fica mais atento aos sinais de irritação dele, ao choro.
quando nada do já conhecido repertório funciona, o estresse chega e o cansaço bate, é difícil não pensar "por que eu não dou logo uma chupeta e acabo com isso?".

há mães que ouvem dos pediatras que é preciso dar leite artificial para complementar a alimentação do bebê nos primeiros meses de vida e assim o fazem sem questionamentos.
super simples.
são necessários uma lata de leite infantil e pelo menos uma mamadeira. ah! e alguém para alimentar o bebê.

quando uma mãe mais consciente decide que vai seguir a recomendação da OMS e amamentar exclusivamente sua cria por seis meses, a coisa é bem mais complicada.
você não precisa de mamadeira, mas de disposição para amamentar quando o bebê quiser.
não é qualquer pessoa que pode alimentá-lo, apenas a dona do peito.
sem contar que no brasil a licença maternidade obrigatória é de quatro meses, e não seis...
a escolha da amamentação exclusiva é linda, mas não é fácil.
como diz a nanã "pra amamentar tem que querer muito".

toda criança chora, mas não concordamos em deixar a criança chorar por muito tempo sem que a gente dê o suporte necessário para que o choro pare: colo, carinho, atenção, peito para ele mamar, banho, trocar fralda, de posição, o que for.
seria mais fácil fazer como a maioria e "deixar a criança chorar um pouco".
não, não pensamos assim.
é bonita a visão romântica do "farei o possível para não deixar meu filho chorando". mas é uma escolha difícil, muito difícil.
tem horas que nada funciona e o choro continua, os berros chegam.
a gente pensa por um segundo em desistir, em deixar chorar.
não dá.
uma escolha maior foi feita antes.

em situações como essas há pessoas que nos olham com uma cara de pena, tipo "coitados de vocês".
sinceramente, eu preferia que fosse o contrário: "que lindo ver vocês seguindo suas convicções, sem desistir com os obstáculos".
mas isso eu sei que cabe a nós dizer a nós mesmos em voz baixa, ou aguardar um gesto carinhoso do companheiro que demonstre esse sentimento.
"não desiste agora, você tá quase lá".

eu sou vegetariano e mesmo antes de pensar em ter filho já apontavam o dedo dizendo que seria um absurdo se eu não desse carne para meus filhos, que toda criança precisa de carne.
não daremos carne ao tito e até hoje somos questionados sobre isso (na maioria das vezes é por pura curiosidade mesmo, e não por indignação).

confesso, ser vegetariano não é fácil.
e essa é uma visão pessoal.
eu tenho vontade de comer carne às vezes.
divido isso com a nanã, que as vezes me diz ter vontade de comer hamburger.
um ajuda o outro a superar a vontade, lembrando do porque seguimos esse caminho.
então continuamos felizes com nossas escolhas.

nem sempre escolher o mais fácil significa escolher o melhor.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

um post sobre aborto





na lista de discussão dos paternos (paterno_sp@yahoogrupos.com.br) surgiu um tema sobre aborto e entre os emails apareceu uma boa citação sobre o livro freakonomics, no qual o autor defende algumas idéias bem polêmicas, sendo talvez a mais polêmica justamente sobre aborto.

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de acordo com a wikipedia:
O quarto capítulo é o mais polêmico: é o que defende a tese de que o aborto legalizado seria o grande responsável pela diminuição da criminalidade em Nova Iorque, e não fatores como a existência de uma economia mais forte, o aumento do número de policiais, a implementação de estratégias policiais inovadoras ou as mudanças no mercado de drogas. Os autores argumentam que filhos indesejados teriam maior probabilidade de se tornarem criminosos, pelas condições precárias de vida a que estariam sujeitos durante sua criação.

quando eu li esse trecho do freakonomics há um tempo atrás concordei na hora com a idéia do autor sobre aborto.
mas depois refleti bastante e hoje eu discordo veemente dele.
por que discordo? porque ele propõe diminuir a criminalidade legalizando o aborto para que possíveis novos delinquentes não nasçam, ao invés de tentar eliminar a delinquencia em si, que continua sendo o grande x da questão.
desse jeito é fácil arrumar as coisas.

por que ao invés de legalizar o aborto o autor não propõe ações que acabem com o crescimento dos guetos nos estados unidos? que acabem com a fome, com a má qualidade no sistema de educação onde essa população mora, com mais oportunidade de desenvolvimento e emprego, com melhor amparo às mães pobres que não conseguem sustentar direito seus filhos?
aposto que em longo prazo a criminalidade diminuiria tanto quanto.

o método proposto por esse economista é parecido com o que hitler tentou fazer na alemanha, só que em escalas bem menores e mais sutis.
a classe "boa" é a dos arianos? vamos matar todo o resto, então.
a clase "boa" é a da população com maior poder aquisitivo e melhor educação? vamos abortar todas as gestações de mães miseráveis e faveladas e garantir que eles não se proliferem, então.
no fim, dá no mesmo.

aqui no brasil há uma onda crescente no sentido de arrumar a casa da forma mais simples (e mais estúpida, na minha opinião).
a prostitução era ilegal e o país não dava conta do assunto. como resolver? legalizar a prostituição!
hoje em dia a "profissional do sexo" tem direitos trabalhistas garantidos pelo estado! está no site do ministério do trabalho!
ninguém falou com todas as letras que a prostituição está legalizada, mas se uma prostituta tem direitos trabalhistas significa que a coisa se tornou legal, não?

qual é a próxima? bicheiro ter inss por "tempo de trabalho" organizando jogos do bicho?

acho que a mesma forma de pensar se aplica ao aborto, embora seja uma questão bem mais delicada.
muitas mulheres sofrem anualmente por más condições de higiene e saúde por realizar abortos ilegais? então vamos legalizar o aborto, oras!
mas isso não resolve o problema de falta de fiscalização do crime, da precariedade nas áreas de saúde, da clandestinidade que continuará rolando solta por aí.

acredito que as decições devam ser tomadas com base em coisas que trarão de verdade uma melhora para a sociedade, e não com base em melhoras superficiais e maquiadas que acontecem devido à ineficiencia do estado em alguns setores.

abraço e até semana que vem.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

a importância de falar com um bom profissional (ou, por que diabos eu não tomo um pouco mais de coragem para questionar as coisas antes de acatar a alguma "canetada médica"?)




você já foi fazer um exame dermatológico pra piscina e o fulano nem pediu pra você ficar em trajes de banho e somente fez perguntas como "você tem alguma irritação na pele?", "alguma mancha recente?", "frieiras, algum tipo de micose?" e, após você dizer não a todas, ele simplesmente pega a guia médica e diz que você está apto a entrar na piscina? assim, sem nem olhar para a sua pele?
bom, eu já passei por pelo menos umas cinco ocasiões assim. em todas eu saía de boca aberta, não acreditando na cena. pensava "outro médico bundão?!".

mas já aviso aqui: não sou contra os médicos. sou contra médico ruim e que não se esforça ao exercer a profissão!

por indicação da doula que acompanhou o parto do tito a gente foi a um pediatra super bacana, que foi muito gentil e atencioso conosco e com o pequeno logo de cara, deu dicas muito boas, não se mostrou neurótico em relação a vacinação (disse que concorda em esperar um ano de vida do bebê) etecetara e tal.
resumindo, gostamos bastante.

há umas duas semanas o tito tem estado muito "temperamental" em algumas horas do dia (fins de tarde principalmente) e tem chorado muito do nada. um choro doído, com gritos, esperneios e lágrimas.
muito ruim ver isso e tentar de várias formas acalmá-lo sem conseguir.
apesar de ter gostado muito do primeiro pediatra, a nanã teve a brilhante idéia de levá-lo a um outro que é super bom e com uma visão mais humanizada ainda e ver o que ele teria a dizer a respeito.

chegamos a um consenso de que o tito está passando por uma fase bastante "bad ass" de cólicas.
a nanã já está há algum tempo sem comer nada que contenha leite e leu que seria bom também barrar o trigo por conta do glúten, mas o médico ainda sugeriu mudar um pouco mais a alimentação, tentar distraí-lo de outras formas nos momentos de choro intenso, tentar mudar alguma coisa ou outra na rotina dele pra ver se surte algum efeito, etc.

se fosse um médico qualquer, um dos vários que existem por aí, provavelmente a abordagem seria algo como "cólicas, né? bom, tem medicamento pra cólica em bebês que vocês podem dar a ele" e pronto, numa consulta de 20 minutos ele despacharia-nos dando a receita médica e dizendo "então, tá, nos vemos na próxima consulta".

acho que todos nós temos uma porção de exemplos de situações em que os médicos ou outros profissionais da saúde mal se esforçaram pra nos ajudar, pra entender nossas causas, nosso estilo de vida, e saíram canetando alguma receita para encerrar logo a consulta.

nas duas últimas semanas antes do tito nascer a nanã fazia ultrasom a cada três dias pra ver se estava tudo bem com ele, já que havia passado da 40ª semana de gestação.
no penúltimo deu que ele estava com uns 3.200 kg, no último (em outro laboratório), deu que ele estava com 4.100 kg.
como ele pode ter engordado tanto em só três dias?! a médica fez as medições de novo a pedido nosso e bateu o pé dizendo que o peso era esse mesmo, mais de quatro quilos.
e ainda emendou "esse bebê não vai nascer de parto normal, não. é um bebê muito grande e ele ainda está alto, falta muito pra descer", e ficou insistindo nisso mesmo não sendo nossa médica, mesmo sem a gente perguntar nada.

o tito nasceu no dia seguinte num parto domiciliar totalmente natural (e pesando 3,680 kg).

é esse tipo de coisa que deixa clara pra mim a diferença entre um profissional bom de um ruim.

até a semana que vem.

imagem: istockphoto.com/health

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

prontos para o grandioso 2010



quando 2009 começou a nanã e eu já sabíamos o que de maior naquele ano nos aguardava: a chegada de um filho. várias e várias pessoas diziam que nossas vidas mudariam muito, que dormiríamos pouco, que seria difícil, porém, gratificante.

acompanhamos cada semana de desenvolvimento intrauterino do tito com entusiasmo e ansiedade.
ele chegou em seu tempo, num parto domiciliar maravilhoso e... não sentimos que a nossa vida mudou tanto assim.
continuamos com nossos costumes caseiros, ouvindo nossas músicas, dando as nossas risadas, discutindo vez ou outra, discordando vez ou outra, nos entendendo sempre no final.
e com certeza estamos mais felizes, isso sim. e ainda mais estusiasmados com os avanços diários do nosso pequeno grande tito.

agora, 2010... puxa, esse sim será um ano enorme, grande, cheio de coisas que vão nos encher os olhos, nos deixar de boca aberta e ainda mais encantados.
ontem eu olhei para nosso filho e na hora pensei: nesse ano ele vai andar.
isso para mim foi gigantesco.

ao pensar mais a respeito, vieram outras constatações.
em três meses o leite materno deixará de ser a única fonte de alimento do tito e ele passará a comer também outras coisas, aos poucos.
em 2010, além de falar, ele vai andar.
em 2010 ele vai absorver mais e mais a cultura social ao seu redor.
em 2010 o tito vai beber água pela primeira vez.
e mais tantas e tantas coisas que acontecerão em seu pequeno corpo e cérebro, que com certeza causarão as mais diversas reações em seus pais abobalhados e contentes.

portanto, pela primeira vez em minha vida adulta eu não faço resoluções de ano novo.
somente pelas coisas citadas acima já tenho certo que 2010 será um ano grandioso.

(e que assim seja para todos nós)
até semana que vem.