terça-feira, 23 de março de 2010

banho de balde



em 1996, na holanda, criaram o tummytub, ou o "balde" que você vê aí na foto.
a idéia é bem simples, mas muito eficaz: tornar o banho do bebê o mais próximo possível do ambiente com o qual ele estava acostumado por meses, durante o período de gestação (calor constante da mãe, água, espaço restrito e aconchegante, posição fetal).

para o banho ser bacana e relaxante assim não é preciso de fato ter o próprio tummytub; um balde convencional, porém com a abertura um pouco mais larga e estrutura resistente, serve bem ao propósito e deixa o bebê tão calmo e feliz quanto.

desde seu segundo dia de vida o tito toma banho de balde e adora.
ele até já chegou a dormir no banho, de tão relaxado que ficou!
se não for no balde, damos banho com ele no chuveiro, em pé (banho dois em um mesmo).

há mais ou menos um mês atrás o tito tentou por várias vezes fazer força para ficar em pé no meio do banho e isso começou a nos preocupar, porque a coisa parecia que iria se tornar arriscada (perigo do balde virar, dele bater a cabeça na borda por conta dos movimentos de tentativas doidas de pulo, etc).

em todas as vezes que isso aconteceu a gente pegava os pés dele e puxava numa boa pra cima de novo, fazendo com que ele ficasse com o bumbum na base, costas bem apoiadas, pernas pra cima.
funcionou.
parece que ele sacou que o banho sentadinho continua sendo legal e aconchegante e ele tem deixado as tentativas de pulo para quando está em terra firme  ou, no caso dele, em colchão firme.


--
foto: arquivo pessoal

terça-feira, 16 de março de 2010

quando me pego cantando

o tito presta bastante atenção em vozes masculinas.
talvez pelo tom grave ser tão diferente do da mãe, normalmente suave e constante.
quando tem uma roda de pessoas conversando, normalmente ele pára de brincar e fica com o olhar atento a todos os sons, todas as vozes; mas isso acontece especialmente com vozes masculinas.
não sei se acontece com outros bebês, mas é algo que estamos curtindo descobrir junto dele, observar, rir.

hoje pela manhã estava preparando o café com a nanã, tito na cadeirinha, e eu começo a cantar uma música do karnak, que tem o tom bem baixo, bem grave.
depois de um tempo olho para o lado e vejo ele me encarando com as sombrancelhas levantadas, a boca aberta e um olhar de "o que é isso que o papai tá fazendo?".
muito lindo.

eu parava de cantar e ele voltava a brincar, a se interessar pelas próprias mãos, pés, etc.
voltava a cantar e a mesma cara de atenção e surpresa voltava ao seu rostinho.
eu sorri.

será que isso acontece apenas pela diferença da voz mais aguda que ele ouve o dia todo, desde a gravidez?
será que instintivamente ele sabe que a sua voz ficará mais grave no futuro?
será que eu to viajando?

abraço.
até semana que vem!

quarta-feira, 10 de março de 2010

a tal da cama compartilhada


para alguns, é tabu; para outros, a salvação.
desde que nos tornamos pais, ouvimos amores e dissabores em relação a cama compartilhada com os filhos e por isso resolvi perguntar mais e mais para quem tem filho o que acham a respeito, se concordam, se já tentaram, quais foram suas experiências etc e tal.

no geral, o grande medo encontrado nas pessoas é do filho se tornar dependente e manhoso demais por dormir na mesma cama que os pais.
outros defendem bastante a idéia de compartilhar a cama por várias razões: praticidade para a mãe amamentar; mais tranquilidade para os pais, já que o bebê está ali ao lado; sono mais prolongado do bebê, por estar cercado pelo cheiro da mãe, com fácil acesso ao peito para mamar quando quiser, calor humano, e a lista segue...

a gente tentou por uma semana deixar o tito no berço em nosso próprio quarto.
nada feito.
ele acordava a cada hora, se mexia muito, resmungava, a nanã tinha que se levantar a todo instante pra ver se era fome ou alguma outra coisa.
não demorou para a gente deixá-lo dormir conosco na cama, mas aí surgiram alguns pequenos problemas: ele não podia ficar em nenhum canto da cama para não correr o risco de bater com a cara na parede ou cair no chão, se ficasse do outro lado. ok, deixa o menino no meio. mas aí a nanã passou a dormir pior ainda, pois eu me mexo muito e ela passava as noites com um olho aberto e outro fechado pra garantir que eu não rolasse sobre o tito.
(aliás, num dia eu tava de costas para ele e comecei a me virar para ficar de barriga pra cima, quando senti uma mão impedindo meu movimento, segurando minhas costas. ela, com seus poderes de jedi, abriu os olhos naquele exato instante e garantiu que eu não virasse pra cima do tito. ufa).

legal, o jeito é ter uma cama king size.
tá, não vai rolar...
a gente desistiu de ter cama, colocou nosso colchão de casal no chão, acoplou um colchão de solteiro ao lado e bingo, nossa king size estava improvisada ao nosso jeito e o tito teria todo espaço do colchão de solteiro para dormir, com a nanã logo ao lado, já em nosso colchão de casal.
o resultado foi ótimo!
noites melhores e mais prolongadas, bebê dormindo mais tranquilo e mamando as vezes sem acordar (!), esposa um pouco mais disposta ao acordar (pois não teve que se levantar da cama várias vezes na noite), pai com mais espaço para se virar, e se virar, e se virar e... bom, vocês entenderam.

por enquanto, estamos contentes com a escolha e certos de que fizemos o melhor, tanto para ele como para nós.
sobre o medo da criança se tornar dependente e manhosa demais citado no início do post, bem, nós não acreditamos nisso.
acreditamos que quanto mais carinho e afeto os pais darem nos primeiros meses de vida dos filhos, menos carentes e manhosos eles serão no futuro, pois tem a certeza de que são amados, queridos e de que seus pais tem muito afeto e carinho para dar quando eles precisarem, sem que nenhuma barra precise ser forçada.

e você, o que acha?
diz aí a sua visão ou experiência sobre o assunto.

terça-feira, 2 de março de 2010

o copo vazio e o copo cheio da nossa mídia


há um fenômeno engraçado aqui no brasil relacionado a mídia. via de regra, se passou na tv ou algum famoso fez, é porque é legal, é bacana, e é verídico. isso acontece com vários assuntos e temas e, pelo o que tudo indica, assim continuará.

até alguns meses atrás minha esposa e eu éramos malucos, bichos-grilo, e até irresponsáveis (!?) porque escolhemos fazer um parto em casa, natural. eis que minha amiga modelo gisele (sim, a büdchen) resolve ter um parto natural domiciliar e na água e do nada a coisa vira cool, interessante.

não é engraçado? depois que a matéria sobre o parto dela passou no fantástico ninguém mais me falou que a gente era doido por querer um parto em casa. as reações passaram para "ah! que legal! igual ao da gisele, né?".
(na verdade não, ela é que teve um parto igual ao nosso!)
mas não quero discorrer sobre isso. quero apenas lamentar por nós ainda sermos tão influenciados pela mídia, seja para coisas boas ou para coisas ruins, e também comemorar pelo espaço crescente (graças a alguns famosos, principalmente) que temas como aleitamento exclusivo por seis meses e partos naturais e humanizados (domiciliares ou não) estão tendo em nossos meios de comunicação de massa e a repercussão que esses temas vem ganhando.

vendo o copo meio vazio, porém, as matérias e reportagens que vi até então não são de todo assim tão boas.
na própria matéria sobre o parto da modelo que passou no fantástico fala-se muito mais sobre o fato de o bebê ter nascido na banheira que sobre o parto ter sido em casa, ter sido natural, acompanhado por uma parteira! a matéria passou longe de comparar os riscos (tanto para mãe como para o bebê) que as intervenções médicas de rotina em hospitais oferecem com os eventuais riscos (que são menores) de um parto humanizado, natural e domiciliar.

depois, creio que na semana seguinte, teve matéria especial no programa da silvia popovic, que mostrou claramente uma apresentadora despreparada e que não sabia quase nada sobre o tema: partos naturais.
no mesmo programa tivemos a médica obstetra humanizada betina bittar aproveitando muito pouco a chance que teve de falar mais sobre o assunto que ela domina e, pra piorar, um médico defensor de partos exclusivamente em hospitais distorcendo alguns fatos e mostrando-se um tanto quanto preconceituoso com as parteiras ao dizer que a parteira que apareceu numa reportagem especial provavelmente não tinha formação médica ou preparação "formal" para exercer suas funções.
pra desgosto dele, a senhora parteira em questão não só é graduada como também tem mestrado, doutorado e pós-doutorado sobre o assunto!

vendo o copo meio cheio, há uma onda de conscientização que cresce aos poucos, inclusive acerca de temas relacionados a saúde, que me leva a crer que as pessoas passarão a se questionar mais e buscarão mais informações coerentes e embasadas em dados científicos antes de tomar uma decisão tão importante como o tipo de um parto.

para quem está para parir ou pensa em ter mais filhos, vale a pena conferir a boa matéria feita pela pais&filhos, que mostra que "mais de 70% das brasileiras querem fazer parto normal, mas só 10% conseguem", sendo as cesarianas desnecessárias o maior agravante para esse cenário.

até semana que vem.

--
imagem: www.zazzle.com.br