terça-feira, 24 de maio de 2011

a lei do mais forte nos torna fracos

educação se faz com amor, não com dor.
contudo, hoje é fácil vivenciar ou presenciar alguma experiência baseada na lei do mais forte, onde alguém simplesmente desiste de qualquer tipo de argumento ou de negociação e apela para a força, para a violência, seja ela física ou moral (mine is bigger than yours).

socialmente, o problema maior é em como esse exemplo de atitude violenta é passado para as crianças, que muitas vezes vem (e sofrem com) seus próprios pais sendo brutos e amedrontadores, se esquecendo da razão e do carinho para resolver impasses.
bater não resolve o problema
"não quer tomar banho? vai apanhar", "não vai parar de fazer bagunça? vai apanhar", "não vai fazer o que te pedi? vou gritar com você até fazer você chorar, então".

essa abordagem acarreta em consequencias sérias para a criança, para a família e para a sociedade, direta e indiretamente.
acredito que a lei do mais forte, no geral, seja a responsável por boa parte da onda de violência que continua a assolar o país, as escolas, a vida em união, em comunidade. mas, veja bem, não estou dizendo que a criminalidade e a violência acontecem por conta única e exclusivamente da lei do mais forte, pois há variáveis bem mais sérias e complicadas envolvidas nesses temas; no entanto, acredito fortemente que os exemplos de uso de força e coerção aos quais submetemos diariamente as crianças só pioram o cenário.
a única mensagem clara que é passada com essa atitude é a de que vence o mais forte, de que usar a força física para conseguir o que se quer em detrimento da razão, da negociação, da conversa é algo válido e que podemos sempre abusar da nossa força contra alguém mais fraco.

vejo que muita gente, muitos pais e mães confundem educar com bater, educação com moral, aprendizado com obediência, respeito com disciplina e medo.
nada contra a disciplina, não pense isso. meu problema é com a rigidez na hora de educar, como se o ensino e o aprendizado seguissem um padrão lógico e sequêncial a ponto de você fazer uma linha de produção ou um esquema militar, rígido, firme, opressivo.
eu acredito na educação com amor, com tempo, com disposição, com conversa, com olho no olho ao invés da palmada, com pedidos sinceros no lugar dos gritos intimidantes.

afinal, independente da intenção que se tem com uma atitude violenta (seja ela física ou moral), o que fica é um exemplo grotesco e bárbaro de resolver os conflitos.
e, quanto mais continuarmos a pregar um esquema violento e opressivo de educação, mais teremos exemplos violentos e opressivos invadindo o nosso cotidiano.

educação e aprendizado são orgânicos, não mecânicos.
educação se faz com amor, não com dor.

Um comentário:

  1. Conquistar uma educação com amor é trabalho diário, paciente, e a longo prazo. A nossa sociedade é a sociedade das recompensas imediatas, e é por isso que tantas famílias frutificam a violência, quando não a óbvia, uma mais sutil, uma que eles jamais admitiriam como tal, que a gente vê todo santo dia em todos os lugares. Ademais, eu detesto obediência. Obediência é para aqueles que não têm vontade própria e nem amor pela vida. Beijo!

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